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Andanças nortenhas – do Minho montanhoso à praia

10 de Agosto de 2019 by João Rodrigues

Está farto das enchentes algarvias? Não aprecia neve na Serra da Estrela? Quer fugir das zonas costeiras mais batidas? Porque não fazer um desvio até ao Minho? Esta região alia montanha à praia, algo que o português gosta especialmente. Se está a matutar que não existe alojamento de qualidade por ser uma região mais rural, pesquise no sítio www.maisturismo.pt.

NA FRONTEIRA COM ESPANHA, SEGUINDO O CURSO DO RIO MINHO

Para início de visita, podem começar pelo litoral. No concelho de Caminha, situa-se a foz do rio Minho e as praias de Moledo e Vila Praia de Âncora. Refira-se como curiosidade, o festival de música de Vilar de Mouros, percursor dos outros festivais “rurais” portugueses.

Segue-se Vila Nova de Cerveira, conhecida internacionalmente pelas bienais de arte. Continuem para Valença, afamada pela fortaleza que circunda o núcleo urbano antigo. Monção é a próxima edilidade, onde é possível visitar o palácio da Brejoeira e ficam as termas de Monção. Por fim chega-se a Melgaço.

Já ouviram falar no cão de Castro Laboreiro? O nome tem origem na vila de Castro Laboreiro, sede da freguesia do mesmo nome, concelho de Melgaço. Um rio Castro Laboreiro e uma serra de Castro Laboreiro completam a repetição onomástica.

Na freguesia de Castro Laboreiro existe a aldeia habitada a maior altitude em Portugal.

O Parque Nacional da Peneda-Gerês, para quem está no Minho, começa em Melgaço. Compõe-se, entre outras, das serras da Peneda, Soajo e Gerês. Na serra da Peneda encontra-se o Santuário de Nossa Senhora da Peneda. A serra prolonga-se para sul até encontrar a serra do Soajo.

Pertencente ao concelho Arcos de Valdevez, o Soajo é reconhecido pelos típicos espigueiros. Na área de Arcos de Valdevez, existem monumentos megaliticos (dolmenes e mamoas) e vestígios de castros. Pesquisando por alojamento no município de Arcos de Valdevez, o resultado é o desta ligação.

MONUMENTOS, COMIDA E VINHO VERDE

No Minho situa-se a Região Demarcada dos Vinhos Verdes, apanhando algumas das edilidades mencionadas neste texto. A área de produção do vinho verde prolonga-se para o distrito do Porto. Quem tiver curiosidade pode começar uma procura pelo sítio na internet www.vinhoverde.pt e fazer uma junção entre visitar monumentos históricos e quintas produtoras da bebida. Tem diversas propostas e ideias de rotas para passeios e visitas naquela página.

Nas vilas minhotas, por serem antigas, existem monumentos como igrejas, fortificações e palácios de diversas épocas históricas (dos quais alguns foram mencionados neste texto) e vestígios arqueológicos.Quanto à gastronomia minhota, nas localidades junto aos rios existe lampreia e sável, dos quais são preparados vários pratos. Em Caminha há pratos confeccionados com peixe de mar. Outro prato comum é o sarrabulho.

Consultando os sítios na internet das câmaras municipais encontram mais informações sobre monumentos a visitar por exemplo. Fica à escolha do freguês. Neste texto estão algumas indicações básicas.

 

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Museu Nacional de Soares dos Reis – resumo pela história

13 de Julho de 2019 by olinda de freitas

A Fundação do Museu Nacional de Soares dos Reis

O Museu Nacional de Soares dos Reis, fundado em 1833 no calor do liberalismo, é o primeiro museu público de arte do país.

Com a designação de Museu Portuense de Pinturas e Estampas, instalou-se no Convento de Santo António (Jardim de S. Lázaro) sob direcção do pintor João Baptista Ribeiro que seguia um programa cultural e pedagógico inovador de apoio aos artistas da Academia Portuense de Belas Artes e, igualmente, divulgação da arte mediante a organização de exposições públicas.

Em 1839, o acervo do Museu transitou para a direcção da Academia Portuense de Belas-Artes – o que levou a um fortalecimento da relação entre o museu e o ensino artístico neste século.

A galeria de S. Lázaro organizava exposições trienais que resultaram na reunião de pintura e escultura do Porto oitocentista. Esta colecção é hoje uma das partes mais consistentes do património do Museu Nacional de Soares dos Reis, onde se encontra documentado o retrato, os costumes e a paisagem de influência naturalista.

Durante o Estado Novo

Com o Estado Novo, valorizou-se a conservação do património e acentuou-se o papel do museu como lugar de memória de toda uma nação que se queria forte e coesa. É neste sentido que, em 1932, o museu centenário adquire o estatuto de Museu Nacional, o que lhe viria a proporcionar a independência face à tutela académica e expansão patrimonial.

A partir da década de sessenta

Dos anos sessenta até à actualidade têm vindo a registar-se esforços no sentido do incremento das relações com o público. De notar que aquela época ficou marcada pela realização de experiências inovadoras nos domínios da divulgação cultural, com a realização de exposições temporárias e a acção educativa.

Após o 25 de Abril

A dinâmica revolucionária do 25 de Abril de 1974 traduziu-se em novos apelos aos artistas jovens deixando-se, em definitivo, para trás uma óptica coleccionista e propondo-se a abertura do espaço fechado do museu clássico a uma nova arte e a um novo público que gerasse vitalidade e dinamismo.

Refira-se que em meados de 1970 a colaboração do Museu com o Centro de Arte Contemporânea (C.A.C.), avançou para o Museu Nacional de Arte Moderna, actual Fundação de Serralves – documentando uma época que pôs em causa, definitivamente, o carácter conservador e tradicional da instituição museológica.

Hoje

A última década do século XX, na sequência da criação do Instituto Português de Museus, assinala o projecto de remodelação do Museu Nacional de Soares dos Reis, da autoria do arquitecto portuense Fernando Távora, tendo como objectivo melhorar a exposição permanente e o alargamento dos espaços de reserva, assim como a criação de áreas de exposições temporárias, auditório, zonas de lazer e serviços.

A preservação e o estudo das colecções, a divulgação cultural e a actividade do serviço de educação, com apoio de uma sala multimédia, fornecem um novo enquadramento em matéria da salvaguarda do património e da acção educativa do Museu Nacional de Soares dos Reis.

Fonte da imagem

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Compilação de poemas bilingues de temática variada

9 de Julho de 2019 by

Just stop for a minute

And hear the birds singing

Just concentrate in the present

And leave the past and the time

Machine that role fast

Just feel your heart beat

Think about children sending… kisses

Just look to the rainbow and see

How beautiful it is

Just…

Taste the sugar of friendship

That you can trust.

Milhões de pessoas mortas… à nossa volta…

e nada fazemos

Ruanda, Jugoslávia e outras que não queremos

Tais como Luanda impávida que tememos

Comunidade internacional com métodos amenos

Nada soluciona… como que se estivesse num interminável coma

Chacina constante, imparável

O nosso silêncio continua… interminável

Silêncio ensurdecedor e abominável

Para todos aqueles que sofrem com grande temor… inaceitável

Por esses, apenas rezemos; porque absolutamente nada fazemos

Ninguém se importa, ninguém acorda

Ninguém abre a porta aos que sofrem

Os grandes líderes apenas dizem:

Observemos

Nós que assistimos a tudo isto nada fazemos.

Ontem na Alemanha… e no Ruanda

Hoje no Sudão e amanhã? Onde estarão

E acontecerão os factos terríficos

Continuaremos apenas com os olhos fitos?

E eternamente contemplaremos… o horrífico?…

Com o nosso olhar cínico olhemos

Pois como sempre pura e simplesmente nada fazemos.

The person inside of you and me

Can cause disaster or envy…

maybe a master or just free

the person inside of you and me

Can teach us how to live well

And find a way to improve ourselves,

May increase our hidden power

And make us supermans

But as I said it can be disastrous

Stop us from doing what we must

Possibly disappear and destroy us

In my case it´s a way…

to escape… from the solitude…

Sometimes happy, sometimes rude…

That person can cause good or evil

It can be cool…or even…

It´s up to us to control it

In order to become a better reasonable being.

Vagueando pelas montanhas

Pelas almas e ruínas… estranhas

Por vales, pradarias, paisagens distantes

Através de sentimentos e sonhos errantes

Vagueando para além das pastagens…

(para todos) importantes… e imponentes

Passando rios e oceanos calmos aparentemente

Vagueando e ultrapassando a insanidade

(decentemente)

Conhecendo pessoas desconhecidas

Lembrando lembranças antes esquecidas

Levantando o moral a existências letalmente

Aborrecidas… e entediadas

Lembranças perdidas e agora encontradas

Vagueando e fazendo absolutamente tudo

Usando este repetitivo gerúndio…

Sentado no sofá refundido viajando…

E vagueando.

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“Orgulhosamente sós” e… abandonados e devotados ao esquecimento!

11 de Junho de 2019 by Sónia Vieira

Há muito que não me debruçava sobre o património cultural português. Um assunto que tanto nos diz como sociedade e infelizmente demasiadas vezes relegado para o esquecimento, senão empobrecimento.

Vivemos tempos difíceis, muito difíceis. Disso, não há dúvida! A crise que se avolumou no nosso país rouba-nos, de forma hedionda, a casa onde vivemos, o pão de cada dia e a dignidade como povo. Quanto às duas primeiras situações, não me vou perde em ilações, pois são bem dispensadas pelos motivos óbvios. No que respeita à última consideração, reporto-me concretamente à necessidade da salvaguarda e valorização da nossa cultura e do nosso património cultural, material e imaterial. Pode parecer-nos, à priori, uma arrogância ou falta de escrúpulos a comparação, mas para estas três situações é necessária uma solução mais que urgente!

Estive, num outro dia, em Tomar, lá no alto, numa incursão emotiva, perto do imponente e avassaladoramente majestoso Convento de Cristo e, embora não estivesse sozinha, ele lá estava, como tantos outros neste país, sozinho, orgulhosamente só… e meio abandonado, meio esquecido…

Recordei, com o espírito entorpecido e com uma voz comedida, as palavras sentidas de Filipe Luís (vide crónica Patos-bravos, in Visão, N.º 827) a propósito da degradação do nosso património cultural arquitectónico e a amargura de ver a destruição de alguns dos mais belos monumentos nacionais que, à mercê de um espírito mesquinho, caquéctico e analfabeto, torpe e acomodado, não vê como prioridade um investimento na recuperação e preservação da nossa memória colectiva, sendo esta visão, ou falta dela, uma verdadeira insensatez cívica e moral. Insensatez de não ver na conservação do nosso património cultural, na sua valorização e divulgação ao mundo, uma janela aberta para aceleração de um turismo que tem futuro e que pode significar uma “lufada de ar fresco”, num país mergulhado numa crise económica de gravíssima dimensão. A possibilidade de emprego, materializada no apoio a projectos de preservação e divulgação do património, poderia ser muito bem alimentada pelas autarquias e outros poderes locais e regionais, sem que, para tal, seja necessário recorrer aos gastos avassaladores outrora despendidos, com toda a desfaçatez, para as mais variadas obras de envergadura nacional e que hoje não servem como deveriam servir o público em geral.

Vivendo no país mais antigo da Europa e, por conseguinte, num dos mais ricos em História e memória (internacionalmente reconhecida pela UNESCO), assiste-me o dever de mostrar esta inquietação. Uma inquietação que deverá ser de todos! Para que governantes e demais precursores possam lançar as bases de um novo e renovado mercado, baseado na divulgação do que é nosso, urge acordar deste entorpecimento e, de uma vez por todas, não deixar para terceiro plano a aposta que deverá ser realizada neste sector.

Um dia, que eu não quero ver!, quando as curvas arquitectónicas e as arestas, outrora com tanto suor e lágrimas trabalhadas, estiverem gastas pelo tempo e o crime estiver cometido, cairá nos nossos ombros o peso bruto e infame da irresponsabilidade. Nessa altura, não haverá banco para os réus, pois ficarão sumidos e absortos na penumbra da ofensa cometida contra estas fortalezas indefesas. E assim vamos vivendo, contentes e imprudentes, enquanto monumentos, locais e demais bens culturais, continuam irreprimivelmente altaneiros fazendo História, mas tão “orgulhosamente sós” e… incrivelmente deixados à sua sorte. Que a alma nos valha e a força nos acompanhe, para que não os deixemos cair no mais alto baluarte do esquecimento.

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Mosteiro da Serra do Pilar – onde o olhar e o céu se encontram

28 de Maio de 2019 by olinda de freitas

O adro do Mosteiro da Serra do Pilar

O adro, lindíssimo, do Mosteiro da Serra do Pilar, verdadeiro ex-libris em Vila Nova de Gaia, é considerado uma porta de entrada para o património da região Norte – local onde se pode observar a exuberante vista sobre o rio Douro e sobre as cidades do Porto e de Gaia, numa das partes mais belas e procuradas pelos turistas.

Abrir este monumento a público, que é Património da Humanidade e que nunca esteve aberto, foi um objectivo já finalmente alcançado.

A igreja

A Igreja realça-se pela planta circular, coberta por uma imponente abóbada hemisférica, rodeada por varandim e coroada por um lanternim – está classificada como Monumento Nacional. E no interior, saltam à vista os trabalhos em talha dourada e branca. A igreja conserva um claustro com beleza, igualmente classificado como Monumento Nacional, com abóbada circular com nervura central apoiada em trinta e seis colunas jónicas.

Merece ainda destaque o seu belo rendilhado formado por volutas, cartelas e pináculos. Este mosteiro maneirista, no alto de onde é possível agarrar tanto o céu como as fímbrias do rio de uma só vez, é um exemplar único em Portugal.

O Mosteiro na História

A localização geográfica do Mosteiro da Serra do Pilar assumiu-se crucial aquando das invasões pelas tropas napoleónicas e, em 1832 e 1833, enquanto base militar durante as lutas liberais. Terá sido elevado à categoria de fortaleza e convertido, desde então, em quartel de artilharia. Do terraço, lá no cimo do vento, é possível desfrutar de fantásticas vistas sobre o Rio Douro, sobre a zona mais antiga da cidade e sobre os telhados das Caves do Vinho do Porto.

Um adro, que é uma entrada, mais turismo

O Mosteiro da Serra do Pilar passou a ter um portal que permitiu melhorar a oferta turística nortenha e oferecer aos visitantes uma informação qualificada e integrada sobre os quatro sítios da região que estão classificados pela UNESCO: os centros históricos do Porto e de Guimarães, o Douro Vinhateiro e o Parque Arqueológico do Côa.

Para além disso, existe o recurso a instrumentos multimédia, a elementos relativos a todos os elementos patrimoniais classificados na região, nomeadamente os monumentos mais emblemáticos (castelos, igrejas e museus) e produtos culturais como a Rota do Românico ou a Rota dos Mosteiros em Espaço Rural. Os turistas podem ainda visualizar, em três línguas estrangeiras (inglês, francês e espanhol), um filme, especialmente produzido para o efeito, ilustrativo da riqueza patrimonial da região.

A entrada em funcionamento do tal portal passou a dar utilidade a um conjunto de espaços monumentais que se encontravam devolutos. A mostra fica instalada em duas salas, incluindo o antigo refeitório do mosteiro, permitindo ainda o acesso à capela e à realização de visitas guiadas à igreja, sendo possível subir ao zimbório do Mosteiro da Serra do Pilar – de onde é possível ter acesso a uma vista única e memorável sobre o Porto.

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As Bibliotecas na História – ou a história delas

15 de Maio de 2019 by olinda de freitas

As bibliotecas já não são o que eram: são, têm vindo a ser, melhores. As primeiras, materializadas em placas de argila, onde se registavam contas de templos e de trocas comerciais, datam de há 3000 anos Antes de Cristo e são relíquias que apenas servem para nos fazer lembrar que nem sempre foi assim como é hoje: o livro, um mundo, liberdade, ao alcance de todos.

E, o que seria das bibliotecas, se não tivesse sido inventada a imprensa?

Ainda sou pelo tradicional conceito de livro – onde há o toque e o cheiro e a timidez do olhar nas letras enquanto não nos fazem nelas confiar para continuarmos até à última página. E você?

A primeira das bibliotecas pública de que há conhecimento localizava-se em Atenas e constituía, na graciosa Grécia clássica, além de consulta de manuscritos, local de encontros para discussão e elaboração de projectos. Na história ficou igualmente a biblioteca de Alexandria – espaço com milhares de rolos para leitura, oficina de copistas ou amanuenses e arquivo de documentação oficial. Mas terão sido os Romanos os primeiros a fazerem das bibliotecas públicas instrumentos de dominação intelectual – propagando-se, assim, as bibliotecas particulares como símbolos de riqueza e prestígio -, uma moda.

Foi nesta época que os copistas começaram a surgir em massa – trabalho desempenhado por escravos – assim como os Codex em pergaminho que substituíram os, até então, rolos de papiro. Seguiram-se guerras e destruições que travaram a expansão das bibliotecas e a concentração dos resquícios manuscritos em mosteiros, conventos e castelos feudais: aqui aqueles eram conservados, copiados, traduzidos e ilustrados mas também monopolizados e tornados inacessíveis ao povo. No mundo Árabe a expansão das bibliotecas foi, durante a idade média, impressionante durante fazendo a delícia de professores e estudantes no reino da matemática, astronomia e filosofia.

Com o surgimento das universidades, na Europa, os livros passam a ser um luxo intelectual, apesar de acorrentados para inibir o roubo, partilhado. O livro reencontra o simbolismo de riqueza e de prestígio – que Gutenberg, esquecê-lo é pecado, em muito contribuiu – na Idade Moderna. Que maravilha. Nascia o primeiro livro impresso que vinha a permitir a transmissão do conhecimento a uma escala nunca antes vista. Apenas, no entanto, no século dezassete as bibliotecas viriam a ser públicas quebrando-se a excepção de frequência aos ditos sábios. É no século dezoito que surgem as bibliotecas nacionais e no século seguinte é fundada a maior biblioteca do mundo, nos EUA, a do Congresso. Aos antigos conceitos e actores do mundo do livro juntavam-se o autor, o impressor, o livreiro, o editor, o bibliotecário e, finalmente livre, o leitor.

Mudaram-se os tempos, assim como as vontades e as necessidades: o combate ao analfabetismo e a cada vez maior preocupação com a educação deixaram, de vez, as portas abertas ao livro no século vinte, século que fez desenvolver, e instituir, um novo mundo ao mundo do livro. Nos nossos dias as bibliotecas não possuem apenas um carácter documental e informativo in loco – antes deixaram que o tempo lhes refrescasse as tecnologias e os recursos e, ninguém lá longe alguma vez imaginou, entra-nos casa adentro, espaço físico superado, por via virtual. Hoje é possível acedermos a bibliotecas virtuais e digitais sem termos, sequer, de nos deslocar. Faremos ideia de como será num futuro mais distante? Talvez nessa altura os cérebros já estarão apetrechados, ritual simultâneo com o corte do cordão umbilical, com uma memória ram onde estará toda a informação disponível para download.

(esta artigo está escrito ao abrigo da antiga ortografia)

Filed Under: Bibliotecas, Arquivos e Museus Tagged With: história, Livros, sociedade

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