A Fundação do Museu Nacional de Soares dos Reis
O Museu Nacional de Soares dos Reis, fundado em 1833 no calor do liberalismo, é o primeiro museu público de arte do país.
Com a designação de Museu Portuense de Pinturas e Estampas, instalou-se no Convento de Santo António (Jardim de S. Lázaro) sob direcção do pintor João Baptista Ribeiro que seguia um programa cultural e pedagógico inovador de apoio aos artistas da Academia Portuense de Belas Artes e, igualmente, divulgação da arte mediante a organização de exposições públicas.
Em 1839, o acervo do Museu transitou para a direcção da Academia Portuense de Belas-Artes – o que levou a um fortalecimento da relação entre o museu e o ensino artístico neste século.
A galeria de S. Lázaro organizava exposições trienais que resultaram na reunião de pintura e escultura do Porto oitocentista. Esta colecção é hoje uma das partes mais consistentes do património do Museu Nacional de Soares dos Reis, onde se encontra documentado o retrato, os costumes e a paisagem de influência naturalista.
Durante o Estado Novo
Com o Estado Novo, valorizou-se a conservação do património e acentuou-se o papel do museu como lugar de memória de toda uma nação que se queria forte e coesa. É neste sentido que, em 1932, o museu centenário adquire o estatuto de Museu Nacional, o que lhe viria a proporcionar a independência face à tutela académica e expansão patrimonial.
A partir da década de sessenta
Dos anos sessenta até à actualidade têm vindo a registar-se esforços no sentido do incremento das relações com o público. De notar que aquela época ficou marcada pela realização de experiências inovadoras nos domínios da divulgação cultural, com a realização de exposições temporárias e a acção educativa.
Após o 25 de Abril
A dinâmica revolucionária do 25 de Abril de 1974 traduziu-se em novos apelos aos artistas jovens deixando-se, em definitivo, para trás uma óptica coleccionista e propondo-se a abertura do espaço fechado do museu clássico a uma nova arte e a um novo público que gerasse vitalidade e dinamismo.
Refira-se que em meados de 1970 a colaboração do Museu com o Centro de Arte Contemporânea (C.A.C.), avançou para o Museu Nacional de Arte Moderna, actual Fundação de Serralves – documentando uma época que pôs em causa, definitivamente, o carácter conservador e tradicional da instituição museológica.
Hoje
A última década do século XX, na sequência da criação do Instituto Português de Museus, assinala o projecto de remodelação do Museu Nacional de Soares dos Reis, da autoria do arquitecto portuense Fernando Távora, tendo como objectivo melhorar a exposição permanente e o alargamento dos espaços de reserva, assim como a criação de áreas de exposições temporárias, auditório, zonas de lazer e serviços.
A preservação e o estudo das colecções, a divulgação cultural e a actividade do serviço de educação, com apoio de uma sala multimédia, fornecem um novo enquadramento em matéria da salvaguarda do património e da acção educativa do Museu Nacional de Soares dos Reis.