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Conservação de Livros muito Antigos: Tempo e Vontade

27 de Maio de 2019 by Mariana Carvalho

Conservar livros antigos é como dialogar com o passado, escutando as histórias que o tempo sussurra nas suas páginas desgastadas. Estas obras, testemunhos de épocas longínquas, trazem consigo não só palavras, mas fragilidades que exigem um cuidado terno e meticuloso. O papel, muitas vezes de má qualidade e carregado de químicos agressivos, é vítima de humidade, variações de temperatura e outros desafios do ambiente.

Reverter os danos do tempo? Esse é um trabalho para especialistas. Contudo, há gestos de conservação que qualquer amante de livros pode adotar na sua biblioteca, preservando a memória que eles carregam.

Como cuidar de livros muito antigos?

Antes de tudo, a prevenção é a melhor aliada. Não se trata apenas de cuidar dos livros, mas também do espaço que os acolhe. Uma biblioteca saudável é bem higienizada, preferencialmente equipada com estantes de aço, mais resistentes e menos propensas a atrair pragas como as de madeira.

O início do ritual: proteção e limpeza

Adquira máscara e luvas, pois a segurança vem primeiro. Fungos e poeiras acumuladas podem ser um risco para a saúde. Abra as janelas, permita que o ar circule e retire os livros das prateleiras. Limpe as superfícies com um pano levemente húmido, para apanhar o pó sem o espalhar. Cada livro, depois, merece a sua vez: use um pincel grande e macio para limpar página por página, respeitando a fragilidade do papel.

Aviso solene: aspiradores são inimigos mortais das folhas antigas. Usá-los é decretar o fim das páginas mais frágeis!

E os cortes dos livros?

Os cortes – as laterais visíveis quando o livro está fechado – são ímanes naturais para pó e detritos. Use um pano de flanela branco, que captura bem o pó, ou um pincel fino e macio, cuidando para que o pó não penetre nas páginas. Caso detete manchas ou sinais de insetos, recorra a uma lixa muito fina. Movimentos suaves são a chave para não ferir os cortes. Sempre proteja as capas durante este processo.

Cuidar de capas e lombadas de couro

Nos livros antigos, as capas e lombadas são muitas vezes revestidas de couro, um material nobre que merece atenção especial. Após retirar o pó com uma flanela seca, aplique cera de abelha com movimentos circulares, usando os dedos. Deixe os livros em pé, ligeiramente abertos, para permitir que a cera assente. No dia seguinte, dê-lhes brilho e remova qualquer excesso de cera.

Atenção ao detalhe: livros com impressões douradas não devem ser cobertos de cera. Para eles, opte sempre por uma cera incolor e aplique com extremo cuidado.

O ambiente ideal: um refúgio para a memória

Climatizar a biblioteca pessoal é um investimento na longevidade das obras. As condições ideais para a conservação situam-se entre os 18 e os 20 graus Celsius, com uma humidade relativa de 50% a 60%. Um ambiente estável é crucial para evitar deformações no papel e danos estruturais.

A luz, por sua vez, é inimiga insidiosa. Tanto a luz solar quanto a artificial aceleram a oxidação da celulose no papel, contribuindo para a deterioração. Verifique como a luz incide na sua biblioteca e reduza ao máximo a sua exposição direta.

Evite sobrecarga e danos

Prateleiras abarrotadas não só dificultam o manuseio como aumentam o risco de danos. Ao retirar ou reposicionar livros em estantes lotadas, é fácil rasgar capas ou quebrar lombadas frágeis. Mantenha espaço suficiente entre os volumes para permitir o acesso seguro.

O que a conservação pede de si

Conservar livros antigos é um ato de paciência, dedicação e amor ao conhecimento. Entre pincéis, panos de flanela e cera, o verdadeiro ingrediente é a vontade de mergulhar no papel e no tempo. Munido destes cuidados, estará não só a preservar objetos, mas também a proteger histórias e memórias que atravessam gerações.

Conservar livros muitos antigos é um trabalho muito detalhado e longo. Prepare-se bem: proteja-se do pó e faça-se munir de pincéis e panos de flanela, cera e muita, enorme, vontade de ficar entre o papel!

Fonte da imagem

Filed Under: Decoração e Restauro Tagged With: biblioteca, conservação, conservação de livros muito antigos, deterioração, humidade, Livros, luz, pó, temperatura

As minhas mãos tocam no que os meus olhos gostam de ver

17 de Novembro de 2018 by Sara Lajas

As tecnologias andam em altas, eu que o diga. Sempre em contacto, sempre a querer saber as últimas notícias. Sempre presente nas redes sociais, atenta aos emails que chegam, mas se há coisa que a tecnologia ainda não conseguiu convencer-me é mesmo ler o meu livro. Ler, um dos melhores prazeres da vida. Não é ler uma coisa qualquer não. É comprar ou receber um livro novo, seja ele de que tema for e poder folhear aquelas páginas, sentido o cheiro do papel, não importa se é só nosso ou se já foi de alguém, aquele papel amontoado e preso nas nossas mãos tem um cheiro mágico que só entende e sente quem tem o prazer de passar as mãos por ele. “Há tanta coisa em que podias gastar mais dinheiro! Só ocupam espaço e acumulam pó!”, são frases que costumo ouvir para quem não tem o mesmo gosto em ver uma prateleira preenchida com todas aquelas diferentes lombadas, tipos de letra e cores. Que mundo de sonho seria este se não houvesse bibliotecas como aquelas que vemos nos filmes ou que pautam na nossa memória como as da Disney, nomeadamente do filme “A Bela e o Monstro”. O meu sonho é aquele, um pouco mais moderado, é óbvio, mas há lá algo mais belo que tudo aquilo?

Giane

O livro, essa peça que de mim faz parte, vá eu para todo o lado. Para não falar do verão, não há dia de praia em que não leia nem que seja uma página! Que bom que é sentar-me e deixar a minha mente perder-se naquele infinito de descrições que me fazem imaginar os mais diferentes locais, pessoas e momentos. Quem é que não gosta de ter a sua mente a vaguear para uma outra realidade que não a sua? “Ver à espanhola”, é a isto que resumo o meu sentimento por livros. Porque, de facto, com tanta tecnologia eu podia dispensar o peso de um livro na mala, o virar de página, as folhas que passam demasiado depressa com uma rajada de vento, ou mesmo o preço que implica a impressão de um papel. Mas, eu não sou assim, eu preciso de sentir para depois ver, ou será o oposto? Preciso de ambos e são esses dois factores, em conjunto, que me fazem uma pessoa mais feliz, quando recebo de surpresa, um conjunto de três dos livros que mais queria ler. Quem consegue imaginar a seguinte imagem sem um livro nas mãos? Chuva lá fora, lareira acesa, mantas, boa música ambiente, um copo de vinho tinto e nas mãos…um tablet? Não! Não faz sentido nenhum, um livro. Esta imagem só é completa com um livro nas mãos. Os dias de inverno, os dias chuvosos puxam à leitura daquelas páginas que me confundem e me deixam perdida no meu mundo.

Filed Under: Atividades literárias Tagged With: actividades literárias, biblioteca, cheiro a papel, contos, criação literária, estantes, imaginação, leitura, ler na praia, ler no metro, ler nos transportes, livro, livro novo, livro usado, páginas, Review, sentir o papel

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