Já é oficial que Robin Williams morreu: foi encontrado sentado no quarto, com o cinto à volta do pescoço. A informação foi avançada pelo site Sky News.
Considerado em estado de severa depressão, isso não interessa nada. Interessa o que nos deixou, tamanho legado de arte espalhada pelo mundo. Foi uma das mais admiradas figuras públicas da Sétima Arte, tendo alcançado a fama nos Estados Unidos devido à sua participação no programa de entretenimento Mork & Mindy. No entanto, foi no cinema que se tornou mundialmente uma estrela. E as estrelas, pois claro, brilham.
Estão contabilizados 103 créditos em participações em filmes ou séries de televisão, particularmente nas últimas duas décadas, em grandes sucessos de bilheteira, de acordo com o Internet Movie Database.
Robin Williams morreu e o mundo fica mais triste. Mas como viveu?
As dependências por álcool e outras drogas marcaram a vida do actor. Nos anos 70 e inícios de 80, Williams teve uma forte dependência do álcool e da cocaína. Ultrapassou. Passados vinte anos voltou a cair. Entre a comédia e o drama talvez estes factos da vida real sejam disso um excelente exemplo.
Mas a comédia foi, sem dúvida, o seu oxigénio. Robin Williams deixou por estrear uma comédia do circuito independente, «Merry Friggin” Christmas», com Lauren Graham e Oliver Platt, a 7 de novembro, e «À Noite, No Museu 3», onde torna a ser o presidente Theodore Roosevelt ao lado de Ben Stiller, a 19 de dezembro.
Sem data marcada estão «Boulevard», um drama de Dito Montiel, e a comédia britânica «Absolutely Anything», de Terry Jones, com Simon Pegg e Kate Beckinsale, onde dá voz a um cão. Lindo. Deixou ainda assinado o contrato para voltar a ser Mrs. Doubtfire dando continuidade ao seu grande êxito, outra vez dirigido por Chris Columbus.
A estreia na televisão e a passagem para o cinema: sucesso – middle name de Robin Williams
A estreia na televisão deu-se em 1977. Nascia um fenómeno em forma de extraterrestre em «Mork and Mindy» e a passagem para o cinema ocorreu em 1980 com uma adaptação dos «comics» sobre o marinheiro que come espinafres para ter força. Apesar de os resultados de «Popeye» não terem trazido a felicidade ao mundo, nunca em causa esteve o seu grande e imenso talento.
A sua capacidade de improviso era excelente. Bem a propósito, Robin Williams morreu também em improviso – uma ironia. Filmes atrás de filmes, a sua exigência foi sendo cada vez maior e o «O Clube dos Poetas Mortos» passou a ser um marco na história do cinema: Williams era John Keatin, um professor de literatura inglesa que chegava ao colégio interno de Welton em 1959 tornado capitão que abria novos horizontes para existências que pareciam pré-estabelecidas.
Nomeações e óscares se seguiram; reconhecimento, fama, prosperidade. E a felicidade? O que leva um homem que aparentemente tem tudo a asfixiar-se? Onde estão os limites do ser humano que se faz feliz com recursos materiais – os melhores que o dinheiro pode comprar? Onde está a barreira entre a morte e a vida – o desconhecido e o conhecido, o sono eterno e a realidade fugaz?
Robin Williams morreu mas, isso é certo, viverá para sempre.
Imagem: Google Images