Lago dos Cisnes
Ballet dramático, quatro momentos, muitas lágrimas e muitos sorrisos.
Acto I
No castelo realiza-se, com toda a excelência, o aniversário do príncipe Siegfried. A rainha oferece ao filho, como presente, um Baile e pede-lhe que, no dia seguinte, escolha uma esposa entre as convidadas da festa.
Quando os convidados saem do castelo, um grupo de cisnes brancos passa perto do local e, enfeitiçado pela beleza das aves, o príncipe decide caçá-las. Assim começa o ballet.
Acto II
O lago do bosque, bem como as suas margens, pertencem ao reino do mago Rothbart que domina a princesa Odette sob a forma de uma ave de rapina.
Rothbart transformou Odette e as suas donzelas em cisnes e apenas à noite lhes é permitido recuperarem a aparência humana. A princesa só poderá ser liberta por um homem que a ame. Siegfried, louco de paixão pela princesa, jura que será ele a quebrar o feitiço do mago – em pontas de ballet.
Acto III
Na corte da Rainha, aparece um nobre cavalheiro com a sua filha. O príncipe julga reconhecer na filha do cavalheiro a sua amada Odette mas, na realidade, os dois personagens são o mago Rothbart e sua filha, Odile. A dança com o cisne negro decide a sorte do príncipe e da sua amada Odette: enfeitiçado por Odile, Siegfried proclama que escolheu Odile como sua bela futura esposa, quebrando assim o juramento feito a Odette.
Acto IV
Os cisnes brancos tentam, em vão, consolar a sua princesa. Odette, destroçada pela decisão do príncipe, aceita a sua má sorte. É quando, nesse momento, surge o príncipe Siegfried que explica à donzela como o mago Rothbart e a feiticeira Odile o enganaram. Odette perdoa o príncipe e os dois renovam os votos de amor um pelo o outro. Entretanto aparece o mago Rothbart e tenta matar Odette. O príncipe corta as asas de Rothbart fazendo com que ele perca os seus poderes. E o príncipe, tendo renovado seus votos de de amor, casa com Odette.
Um parêntesis
Foi uma oferta bem atrasada de aniversário em pura, total, poesia: um ballet russo em lago de cisnes no edifício mandado construir pela companhia de seguros garantia: o coliseu. não importa que os bailarinos não estivessem perfeitos em tempos nem em equilíbrio, mas foi a magia da leveza, não só em pontas, da ponta dos pés até ao tecto alto, bem alto, que me transportou para o bico dos sonhos de olhos abertos.
E cada passo, como se o andar fosse, e é, enfeitar cada movimento e procurar em cada um o mais leve respirar e a mais intensa concentração de amor; como se a vida se fizesse em cada arfar de melodia e se cada som tocasse violino para cada movimento e se a orquestra dançasse para nós e eles, os bailarinos, tocassem movimentos para ela. e tudo se confunde, entretanto, no palco da poesia: os bailarinos sou eu e eles são a orquestra e eu sou as pontas dos graves e dos agudos e ela dança vestida de tule.
E o parêntesis, em aberto, transforma-se no livro e depois na colecção de livros e, enfim, na livraria privada. e quando chega a hora de fechar o parêntesis – talvez não passe de isso mesmo, penso, de um parêntesis no meu pensamento que se recusa a aceitar que minha vida não pode ser uma livraria mas apenas uns e outros parêntesis -, a leveza contagia. contagia tanto que já dormi e ainda julgo que a minha vida é, como não deixam que seja como eu quero, leve.