No período em que vivemos – o de crise permanente que não tem fim à vista para os mais pessimistas – há um sentimento comum: fracasso. É duro de admitir mas é verdadeiro.
Deixem-me contar-vos a história de um homem, chamado António como tantos outros neste país, perdeu tudo por más opções que fez ao longo da sua vida. Era só gastar sem pensar no dia de manhã. Nada amealhou ao longo da sua vida. E assim, com quarenta e cinco anos, viu-se atafegado de dívidas e desempregado.
Um dia, de regresso de mais um dia à procura de emprego e dos mal-afamados carimbos do Centro de Emprego, sentou-se no sofá da sala e tapou o rosto com as suas duas mãos. A sua filha de oito anos perguntou-lhe porque estava triste, sem pensar, e por o sentimento de fracasso ser tão devastador, perdeu o controlo e chorou baba e ranho como nunca o tinha feito.
A culpa minava-lhe os dias e boicotava-lhe as noites: Porquê?
O António não era capaz de deixar de se sentir culpado pelas dívidas contraídas pela família, e andava constantemente atormentado pela responsabilidade. Para além disso, a mulher começou desesperadamente a acusá-lo severamente por erros do passado e para piorar o cenário, ainda acrescentava ironicamente: “Eu bem te avisei! Eu sempre te disse para poupar! Eu bem te avisei! Tu é que és o culpado disto tudo!”
Como solução, certamente, não é recordar o passado, mas olhar para à frente. O passado já lá vai. Deixemos de ser saudosistas: basta! Que soluções?
As soluções estão sempre em nós, nunca nos outros. E esse é o primeiro passo para perceber o que é a inteligência positiva. Em nós é que está o potencial de remediar o mal que é feito. A inteligência positiva é aproveitar o conjunto ilimitado dos recursos que o nosso cérebro tem à nossa disposição. É tão simples! Basta querê-lo!
Voltemos ao nosso António: cada dia mais desesperado, afundava-se na depressão até que pediu ajuda, pois estava com o casamento preso por um fio. É importante formular as questões corretas sempre com vista a redirecionar para outro caminho e não calcar perpetuamente o que já foi e o que poderia ter sido. O que já lá vai, já lá vai!
Urge perguntar: “O que terei de fazer para que daqui a três anos possa afirmar que a crise atual foi a melhor coisa que me poderia ter acontecido? Não tenho dúvidas que esta pergunta possa parecer fantasista! É normal que possa haver céticos perante o que foi escrito.
Em suma, a inteligência positiva é equilibrar forças que se encontram na sua mente. O nosso cérebro tanto é o nosso amigo como pior inimigo. E com a inteligência positiva é possível vencer o lado mau da sua mente, atingindo mais felicidade e suprimir as muitas pedras no seu sapato que não o deixam caminhar livremente para um futuro mais risonho.
Referência:
Chamine, S. (2013). Inteligência Positiva, o novo quociente de inteligência, Lisboa, Gestãoplus Edições.
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