O Coliseu
Sempre foi um espectáculo de espectáculos: o Salão Jardim Passos Manuel, inícios do século XX, elegante, sofisticado, inspirador e inspirado aos e nos jardins parisienses, ponto de encontro – e de interesses vários das artes – da sociedade portuense da época: café-concerto, music-hall, esplanada e cinematógrafo. Foi-se tornando na mais famosa Casa de Espectáculos do Porto.
Mais tarde, salão renovado e ampliado, passa também a incluir jardim-esplanada, salão de festas, pavilhão restaurante, hall e um pequeno teatro. No fim dos anos 20, acompanhando a evolução dos hábitos e dos tempos, o Salão renova-se e abre as portas ao fim da tarde, como café-concerto; às nove e meia começavam as sessões de cinema e no jardim, durante o Verão, havia exibições ao ar livre.
Mas a grande boémia começava depois da meia-noite quando o music-hall recebia uma clientela masculina de todas as idades e extractos sociais, atraída pela sedução das danças das coristas e pelo salero e sapateado das espanholas. (Ai o que eu dava para ver tudo!)
Mais do que um mero espaço de diversão, o Salão Jardim marcou uma época, sendo um pólo de animação cultural e recreativa, dinamizando a cidade com espectáculos e atracções de todo o tipo, trazendo ao Porto grandes nomes da música e do espectáculo.
No final dos anos 30, a sua actividade começou a decair, devido ao aparecimento de novas formas de entretenimento: rádio, indústria fonográfica e os salões de baile. Mas o Salão Jardim Passos Manuel permaneceu para sempre vivo na memória de muitos. E foi neste local mítico que o Porto viu nascer o Coliseu. (Viva o Coliseu com palmas à moda do Porto, carago!)
Mas ainda se vai, nestes tempos, a tempo!
Mudaram-se os tempos mas não as vontades – as vontades pelo espectáculo persistem e agora a variedade é maior e, talvez, melhor. Ou pelo menos diferente a ponto de misturar ballet clássico com música pop (ai se as coristas do cabaret da coxa viam isto!)
Rock The Ballet
Rock The Ballet, não é apenas um grandioso espectáculo: ballet convertido ao imaginário pop é, uma experiência única, protagonizado por seis maus rapazes e uma menina bonita, inovadores, ousados e exímios bailarinos, um grupo de dança criado por Rasta Thomas – sábio da arte da dança que singularmente percebeu o impacto que a união entre o ballet clássico e os ritmos contemporâneos provoca quando são delineados pelo rigor, pelo virtuosismo e pelo excelente gosto: uma explosão sensorial.
Coreografias acrobáticas, carregadas de energia e de sentido de humor, numa nova abordagem ao, ballet, pop-ballet. São os BadBoysof Dance em ode ao amor em fundo de grandes êxitos da pop e do rock de bandas como U2, RobinThick, Michael Jackson, JustinTimberlake, Kanye West, INXS, Coldplay, entre outros.
Quanto custa?
E acha que eu sei? O que é que isso importa, Senhor Ferreira? Tem de me perguntar é quanto é que vale o espectáculo e aí eu já sei responder-lhe: vale o irrecuperável tempo de alegria e animação. Vá lá comprar os bilhetes para os miúdos. E também pode ir, claro, se for para fruir com emoção.
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