No caso concreto deste artigo, estamos a lidar, na análise crítica a realizar, com um estudo de processo.
Processo é um conjunto sequencial, e peculiar, de acções que objectivam atingir uma meta – usado para criar, inventar, projectar, transformar, produzir, controlar, manter e usar produtos ou sistemas. Processo é um conjunto de passos parcialmente ordenados: a cada etapa superada, estamos mais próximos do objectivo formulado….
Vamos, então à análise crítica do artigo.
A análise crítica tem vantagens? E desvantagens? Como se faz?
Uma das vantagens da análise crítica, ou Review, refere-se à capacidade de decidir quão confiável é o estudo que está a ler (validade); uma outra é a ajuda que nos dá na determinação dos resultados do estudo assim como a utilidade da investigação (relevância). Mas pode, igualmente, a análise crítica, apresentar algumas desvantagens: inicialmente consome muito tempo, mas que tende a ser progressivamente menor, uma vez que passa a ser a forma automática de lermos a evidência. Além disso nem sempre fornece a resposta desejada, ou seja, o leitor pode, por vezes, verificar que a sua intervenção favorita não é a mais efectiva. Da mesma forma pode ser desencorajadora, a análise crítica, uma vez que nalgumas áreas existe ainda grande falta de evidência sistemática.
A Explicitação Objectiva do Assunto de uma análise crítica é importantíssima e aqui fica a do artigo em questão: actualmente o desenvolvimento dos processos, no âmbito dos cuidados de saúde, está na ordem do dia. A análise da sua avaliação, análise crítica, mostra-nos que o seu desenvolvimento está fortemente relacionado com a evolução dos sistemas de informação.
Na linha da frente da corrida da I&D está o Norte da Europa, tendo em vista a promoção da melhor utilização dos serviços de saúde sem descurar a qualidade. O principal objectivo será incrementar a cooperação entre a sociedade civil e as instituições de saúde, pois o que se verifica é a existência de grandes lacunas devido à conjugação de elevadas expectativas e grandes investimentos para a implementação de sistemas de informação.
A sua implementação visa a facilitação da utilização das tecnologias de informação e comunicação (estas duas conjugadas constituem uma aliança no processo de decisão), aos níveis do suporte, aquisição e manutenção da informação inerentes ao processo.
O desenvolvimento de um modelo de informação que forneça um conjunto de ferramentas que permitam avaliar e potenciar os processos nos serviços de saúde constitui o principal objectivo do estudo, por forma a permitir mensurar e detectar os pontos fracos inerentes.
Implementar ou alterar os sistemas de informação representa um efeito profundo no trabalho e nos processos dos serviços. Porém exige, acima de tudo, uma mudança de mentalidade porque a actividade laboral é sistémica.
O Estado da Arte tem mesmo de ser referido, na análise crítica, para se perceber o que tem sido feito, e apurado, no campo do estudo em questão e, neste caso, não existe uma prática generalizada (à data) de utilização de sistemas de informação para avaliar a informação dos cuidados de saúde.
Os estudos de avaliação realizados comportavam simulações, questionários, entrevistas, observação e métodos de mensuração de tempo, comparação manual e documentação electrónica, entre outros. Todos estes métodos pretendiam avaliar atributos técnicos como eficiência, eficácia, segurança do paciente, aspectos económicos e impacto na sociedade.
Com o passar do tempo verificou-se a necessidade de transferir a ênfase dada aos dados individuais dos pacientes e problemas especiais para a gestão das organizações e as suas relações com os seus clientes. A ênfase passou a ser dada ao desenvolvimento da mensuração das organizações de saúde.
As hipóteses colocadas no artigo são igualmente paragem obrigatória na análise crítica:
a) Qual o grau de comprometimento da reengenharia nos processos dos cuidados de saúde?
b) Será a reengenharia a tendência mais perspectivada?
c) Os cidadãos têm benefícios em consequência do trabalho realizado com os processos?
assim como as premissas do estudo:
a) Análise dos instrumentos de avaliação existentes e categorização da literatura de acordo com o foco a avaliar;
b) Realização de entrevistas a um grupo de especialistas de várias áreas de estudo de avaliação, nomeadamente: investigadores de avaliação de tecnologias em cuidados de saúde, académicos, administradores de unidades de saúde com sistemas informáticos implementados entre outros, por forma a aceder aos instrumentos encontrados na primeira fase do estudo – o que resultaria numa compilação de instrumentos de avaliação;
c) Teste dos instrumentos em contexto real. Se necessário, criar-se-iam novos instrumentos para completar o modelo. Seria ainda examinada a possibilidade de adicionar estes instrumentos aos sistemas já existentes e em funcionamento.
d) As duas primeiras fases ficariam finalizadas em Outubro de 2002 e previa-se a conclusão do projecto até ao Outono de 2004.
(artigo escrito ao abrigo da antiga ortografia)
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